O câncer de rim, também conhecido como câncer de renal, é uma doença que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Compreender o que é, como ele se manifesta, quais são os tratamentos disponíveis e como é feito o seu estadiamento é fundamental para pacientes, familiares e para a população em geral.
Este artigo foi elaborado para fornecer informações claras e acessíveis sobre o câncer renal, ideal para quem busca entender mais sobre o assunto sem termos médicos complicados.
O que é o Câncer de Rim?
O câncer de rim ocorre quando células anormais começam a crescer de forma descontrolada nos rins. Os rins são dois órgãos em forma de feijão, localizados um de cada lado da coluna vertebral, logo abaixo da caixa torácica. Eles são responsáveis por filtrar o sangue, remover resíduos e excesso de água do corpo, produzindo urina.
Quando as células renais se tornam cancerosas, elas formam um tumor que pode crescer e, em alguns casos, se espalhar para outras partes do corpo. O tipo mais comum de câncer renal é o carcinoma de células renais (CCR).

Qual o médico que Trata o Câncer de Rim?
O médico especialista nestes cuidados é o urologista.
O Dr. Tiago Xavier é médico formado há mais de 16 anos formado na UFMG, especialista em urologia. Atua como preceptor do Hospital Universitário Ciências Médicas há mais de 10 anos ensinando e orientando os residentes da urologia na sua formação. Realiza o procedimentos e tratamento de Hiperplasia de Próstata há mais de 14 anos.
Dr Tiago Xavier é médico Urologista com Mestrado na área da saúde pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCM-MG). Realizou estudos sobre transplante renal e publicou o seu artigo em uma das revistas de maior relevância no mundo sobre transplante Transplant Immunology.

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Qual é a Incidência do Câncer de Rim no Brasil e no Mundo?
A incidência do câncer renal tem aumentado globalmente, e no Brasil não é diferente. Entre 2019 e 2021, mais de 10 mil óbitos foram registrados no Brasil devido a essa doença, segundo dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde. Nos últimos cinco anos, mais de 18 mil pessoas foram submetidas a cirurgias para retirada total ou parcial do rim (nefrectomia) por causa do câncer.
O câncer renal é mais comum em homens do que em mulheres, e a maioria dos casos é diagnosticada em pessoas com idade entre 50 e 70 anos. No Brasil, a estimativa é de 7 a 10 novos casos para cada 100 mil habitantes. Esse aumento na incidência pode estar relacionado a diversos fatores, como o envelhecimento da população e mudanças no estilo de vida.
Quais são os Fatores de Risco para o Câncer de Rim?
Diversos fatores podem aumentar o risco de desenvolver câncer de rim. Os principais incluem:
- Tabagismo: Fumar é um dos maiores fatores de risco. Cerca de metade dos tumores renais ocorrem em fumantes ou ex-fumantes.
- Obesidade: O excesso de peso está associado a um risco maior de câncer renal.
- Sedentarismo: A falta de atividade física também contribui para o risco.
- Pressão Alta (Hipertensão): Pessoas com pressão alta têm um risco aumentado.
- Histórico Familiar: Ter parentes próximos com câncer renal pode indicar uma predisposição genética.
- Doença Renal Crônica e Diálise: Pacientes com problemas renais crônicos ou em diálise têm um risco maior.
- Exposição a Certas Substâncias Químicas: Contato com algumas substâncias, como cádmio e amianto, pode aumentar o risco.
Os Sintomas do Câncer de Rim
O câncer de rim, em seus estágios iniciais, muitas vezes não apresenta sintomas. Isso dificulta o diagnóstico precoce e faz com que a doença seja descoberta em fases mais avançadas. Quando os sintomas aparecem, eles podem incluir:
- Sangue na Urina (Hematúria): É o sintoma mais comum e pode ser visível a olho nu ou detectado apenas em exames de urina.
- Dor nas Costas ou no Flanco: Uma dor persistente na lateral do corpo, entre as costelas e o quadril.
- Massa ou Caroço no Abdômen: Pode ser sentido ao toque na região do rim.
- Perda de Peso Inexplicável: Emagrecimento sem motivo aparente.
- Cansaço Extremo (Fadiga): Sensação de cansaço constante.
- Febre sem Causa Aparente: Febre que não está relacionada a infecções.
- Inchaço nas Pernas e Tornozelos: Pode ocorrer devido a problemas de circulação.
É importante lembrar que esses sintomas podem ser causados por outras condições menos graves. No entanto, se você apresentar um ou mais desses sinais, procure um médico para uma avaliação completa.

Diagnóstico do Câncer de Rim
O diagnóstico do câncer de rim geralmente envolve uma combinação de exames. O médico pode solicitar:
- Exames de Urina: Para verificar a presença de sangue ou outras alterações.
- Exames de Sangue: Para avaliar a função renal e a saúde geral.
- Exames de Imagem: São essenciais para identificar tumores e determinar seu tamanho e localização. Os mais comuns são:
- Ultrassonografia: Um exame simples que usa ondas sonoras para criar imagens dos rins.
- Tomografia Computadorizada (TC): Fornece imagens detalhadas dos rins e órgãos próximos.
- Ressonância Magnética (RM): Utiliza campos magnéticos e ondas de rádio para criar imagens mais precisas.
- Biópsia: Em alguns casos, uma pequena amostra do tumor é retirada e examinada em laboratório para confirmar o diagnóstico de câncer e determinar o tipo de célula. No entanto, a biópsia nem sempre é necessária, pois os exames de imagem muitas vezes são suficientes para o diagnóstico.
O que é o Estadiamento do Câncer de Rim?
O estadiamento é um processo que descreve o quão avançado o câncer está. Ele ajuda o médico a planejar o tratamento mais adequado e a prever o prognóstico do paciente. O sistema mais utilizado para o estadiamento do câncer renal é o sistema TNM, que considera três fatores:
- T (Tumor): Indica o tamanho do tumor principal e se ele se espalhou para tecidos próximos.
- N (Nódulos Linfáticos): Descreve se o câncer se espalhou para os gânglios linfáticos próximos.
- M (Metástase): Indica se o câncer se espalhou para outras partes do corpo (metástase), como pulmões, ossos ou cérebro.
Com base nesses fatores, o câncer de rim é classificado em estágios, geralmente de I a IV:
- Estágio I: O tumor é pequeno (até 7 cm) e está confinado ao rim. Não há disseminação para gânglios linfáticos ou outras partes do corpo.
- Estágio II: O tumor é maior que 7 cm, mas ainda está confinado ao rim. Não há disseminação para gânglios linfáticos ou outras partes do corpo.
- Estágio III: O tumor pode ter crescido para fora do rim, atingindo vasos sanguíneos importantes ou gânglios linfáticos próximos, mas não se espalhou para órgãos distantes.
- Estágio IV: O câncer se espalhou para órgãos distantes, como pulmões, ossos, fígado ou cérebro, ou para gânglios linfáticos distantes.

Quais os Tratamentos para o Câncer de Rim?
O tratamento do câncer do rim depende de vários fatores, incluindo o estágio da doença, o tipo de tumor, a saúde geral do paciente e suas preferências. As opções de tratamento podem incluir:
1. Cirurgia
A cirurgia é o tratamento mais comum para o câncer renal, especialmente nos estágios iniciais. Existem dois tipos principais de cirurgia:
- Nefrectomia Radical: É a remoção de todo o rim afetado, juntamente com uma parte do tecido gorduroso ao redor e, às vezes, os gânglios linfáticos próximos. Pode ser feita por cirurgia aberta (com um corte maior) ou por laparoscopia/robótica (com pequenos cortes e instrumentos especiais).
- Nefrectomia Parcial: Também chamada de cirurgia conservadora do rim, remove apenas a parte do rim que contém o tumor, preservando o restante do órgão. É uma opção para tumores menores e em casos selecionados, pois ajuda a manter a função renal.
2. Terapias Ablativas
Para tumores pequenos (geralmente menores que 3-4 cm), especialmente em pacientes idosos ou com outras condições de saúde, podem ser usadas técnicas menos invasivas:
- Ablação por Radiofrequência (ARF): Utiliza calor gerado por ondas de rádio para destruir as células cancerosas.
- Crioterapia: Utiliza frio extremo para congelar e destruir as células cancerosas. Ambas as técnicas são realizadas com agulhas finas inseridas através da pele, guiadas por ultrassonografia ou tomografia.
3. Vigilância Ativa
Em alguns casos de tumores muito pequenos, especialmente em pacientes idosos ou com outras doenças graves, o médico pode optar por apenas observar o tumor de perto, com exames regulares. Isso porque alguns tumores renais crescem muito lentamente e podem não causar problemas significativos durante a vida do paciente.
4. Terapias Sistêmicas (para Câncer Avançado)
Quando o câncer se espalhou para outras partes do corpo (Estágio IV), são utilizadas terapias que agem em todo o corpo:
- Imunoterapia: Estimula o sistema imunológico do próprio paciente a reconhecer e combater as células cancerosas. Medicamentos como nivolumabe, ipilimumabe e pembrolizumabe são exemplos. Podem ser usados sozinhos ou em combinação.
- Terapia-Alvo: Atua em características específicas das células cancerosas ou nos vasos sanguíneos que as alimentam, impedindo seu crescimento. Exemplos incluem sunitinibe, pazopanibe e cabozantinibe. Podem ser tomados por via oral ou intravenosa.
- Quimioterapia: Embora menos eficaz para o câncer renal em comparação com outros tipos de câncer, pode ser usada em situações específicas.
- Radioterapia: Geralmente não é o tratamento principal para o câncer renal, mas pode ser usada para aliviar sintomas causados por metástases, como dor óssea ou problemas cerebrais.

A Importância do Acompanhamento Médico
Após o tratamento, o acompanhamento médico regular com o urologista é crucial. Isso inclui exames de rotina para monitorar a recuperação, verificar a função renal e detectar qualquer sinal de recorrência do câncer. O médico urologista, em conjunto com o oncologista, irá definir o plano de acompanhamento mais adequado para cada paciente.
Conclusão
O câncer rim é uma doença séria, mas com o diagnóstico precoce e os avanços nos tratamentos, as chances de cura e controle são cada vez maiores. É fundamental estar atento aos fatores de risco, conhecer os sintomas e procurar ajuda médica agendando uma consulta com o urologista ao primeiro sinal de alerta. A informação é uma ferramenta poderosa na luta contra o câncer, capacitando pacientes e suas famílias a tomar decisões informadas e a enfrentar a doença com mais confiança.

Referências: