As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) são um tema que exige atenção. Muitas delas são silenciosas, mas podem causar sérios problemas à saúde. Por isso, é fundamental entender como ocorrem, seus sintomas, formas de prevenção e tratamentos.
Neste artigo, iremos abordar o tema para que vocês entendam uma pouco mais desta patologia. O objetivo é oferecer informações que possam ajudar na sua proteção e cuidado.

Qual o médico responsável pelo diagnóstico da Doença Sexualmente Transmissível?
O urologista como está acostumado na sua rotina a examinar a genitália masculina e por isso pode ser procurado nos casos em que você suspeitar de uma DST. Mas sabemos que qualquer médico pode auxiliar e realizar este diagnóstico também.
O Dr. Tiago Xavier é médico formado há mais de 16 anos formado pela UFMG, especialista em urologia. Atua como preceptor do Hospital Universitário Ciências Médicas há mais de 10 anos ensinando e orientando os residentes da urologia na sua formação.

Dr Tiago Xavier é médico Urologista com Mestrado na área da saúde pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCM-MG). Realizou estudos sobre transplante renal e publicou o seu artigo em uma das revistas de maior relevância no mundo sobre transplante Transplant Immunology.

O que são as DST?
As DST são infecções que se transmitem, principalmente, pelo contato sexual desprotegido, seja ele vaginal, oral ou anal. Essas doenças podem ser causadas por diferentes agentes, como bactérias, vírus ou parasitas. Algumas delas podem, inclusive, ser transmitidas de mãe para filho durante a gravidez, o parto ou a amamentação.
Entre as DST mais conhecidas estão:
- Sífilis: Infecção bacteriana que pode causar complicações graves se não tratada.
- Gonorreia: Provoca corrimento e dor, mas também pode ser assintomática.
- Herpes Genital: Causada pelo vírus do herpes simples, gera lesões dolorosas.
- HPV (Papilomavírus Humano): Ligado a verrugas genitais e ao câncer de colo do útero.
- Clamídia: Muitas vezes silenciosa, mas pode levar à infertilidade.
- Hepatites B e C: Transmissíveis por via sexual, afetam o fígado.
Essas doenças variam em gravidade, mas todas podem ser controladas ou tratadas quando diagnosticadas a tempo.
Quais os Sintomas mais comuns?
Nem todas as DST apresentam sintomas, mas os mais comuns incluem:
- Corrimento anormal (em homens e mulheres)
- Lesões, feridas ou verrugas nos genitais
- Coceira ou irritação na região íntima
- Dor durante as relações sexuais
- Dor ao urinar
- Febre, cansaço e mal-estar (em casos mais avançados)
É importante lembrar que, mesmo sem sintomas aparentes, uma pessoa infectada pode transmitir a doença. Por isso, o uso de preservativos é essencial.

Como prevenir as Doenças Sexualmente Transmissíveis?
A prevenção é a forma mais eficaz de evitar as DST. Algumas práticas simples podem fazer toda a diferença:
- Uso de preservativos: Camisinhas, tanto masculina quanto feminina, são fundamentais em todas as relações sexuais.
- Vacinação: Existem vacinas eficazes contra o HPV e a hepatite B, que ajudam a prevenir essas infecções.
- Exames regulares: Fazer check-ups periódicos é importante, especialmente para quem tem múltiplos parceiros(as) sexuais.
- Evite compartilhar objetos íntimos: Como lâminas de barbear e toalhas, que podem transmitir algumas infecções.
- Diálogo com o parceiro(a): Conversar sobre saúde sexual fortalece a relação e evita surpresas desagradáveis.
A conscientização é o primeiro passo para uma vida sexual saudável e segura.

Quais as Doenças Sexualmente transmissíveis mais comuns?
Muitas vezes para se determinar qual bactérias está causando os sintomas é necessário a realização de exames laboratórios que nem sempre estão disponíveis.
Desta forma, o ministério da saúde orienta uma abordagem sindrômica, ou seja os urologistas classificam os pacientes em dois grupos principais: paciente com corrimento uretral ou úlcera genital.
Pacientes com pus pela uretra (Uretrite Aguda)
Neste grupo os pacientes geralmente alguns dias após uma relação sexual desprotegida apresentam como sintoma principal a saída de pus pelo pênis, podendo ocorrer ardor ao urinar de intensidade variada. Os principais causadores da uretrite agudam são:
- Gonorreia: A gonorreia é causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae. É conhecida pelo corrimento amarelo-esverdeado e pela dor ao urinar. Em mulheres, pode ser assintomática. Tratamento: Uso de antibióticos. A falta de tratamento pode causar infertilidade.
- Clamídia: É causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, é uma das DST mais comuns. Afeta tanto homens quanto mulheres e muitas vezes não apresenta sintomas. Tratamento: Antibióticos. O diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações.
Pacientes com Machucado no Pênis (Úlcera Genital)
Os pacientes deste grupo geralmente apresentam um machucado no pênis que pode ter várias características, pode estar associado a febre ou “íngua” inguinal (aumento de linfonodos inguinais. As características da lesão podem auxiliar qual o agente (bactérias, virus) responsável pela doença. Os principais agentes causadores da úlcera genital são:
- Sífilis: A sífilis é causada pela bactéria Treponema pallidum e apresenta três fases principais: Primária: Aparece uma ferida indolor nos genitais, boca ou ânus. Secundária: Pode surgir febre, manchas no corpo e gânglios inchados. Terciária: A doença afeta órgãos internos, podendo ser fatal.Tratamento: Feito com penicilina, um antibiótico simples e eficaz.
- Herpes Genital: O herpes genital é causado pelo vírus do herpes simples (HSV). Provoca lesões dolorosas nos genitais, mas pode permanecer “adormecido” e reaparecer em momentos de estresse ou imunidade baixa. Tratamento: Não tem cura, mas antivirais ajudam a controlar os sintomas e reduzir as crises.
- HPV: O Papilomavírus Humano é responsável por verrugas genitais e está ligado ao câncer de colo do útero, ânus e garganta. Prevenção: Vacinação e uso de preservativos. Tratamento: Foco na remoção das lesões e acompanhamento médico.
- Outros causadores de úlcera genital: cancro mole (Haemophilus ducreyi), donovanose (Klebsiella granulomatis), linfogranuloma venéreo ( Chlamydia trachomatis), molusco contagioso, etc
Por que as DST são preocupantes?
As DST não afetam apenas a saúde física. Elas também têm um impacto psicológico e social, pois muitas vezes carregam estigmas. Além disso, as DST podem:
- Facilitar a transmissão do HIV: Lesões causadas por algumas DST tornam a infecção pelo HIV mais provável.
- Causar infertilidade: Algumas infecções, como clamídia e gonorreia, podem levar à infertilidade se não tratadas.
- Prejudicar a gravidez: Podem causar aborto, nascimento prematuro ou infecção no bebê.
- Evoluir para doenças graves: Certas DST, como HPV, estão ligadas a tipos específicos de câncer.
Esses riscos reforçam a necessidade de prevenção e tratamento adequado.
Impacto das DST na gravidez
As Doenças Sexualmente Transmissíveis podem afetar diretamente a saúde do bebê. Entre os riscos estão:
- Parto prematuro
- Infecção neonatal
- Malformações
- Transmissão vertical (da mãe para o bebê)
Gestantes devem fazer exames regularmente e, se necessário, tratar a infecção para reduzir os riscos.
O que fazer após o diagnóstico e tratamento?
Receber o diagnóstico de uma Doenças Sexualmente Transmissíveis pode ser assustador, mas é o primeiro passo para a recuperação. Aqui estão algumas recomendações:
- Siga o tratamento até o fim: Mesmo que os sintomas desapareçam antes.
- Informe seu parceiro(a): Para que ele(a) também possa ser tratado(a).
- Evite relações sexuais: Até a conclusão do tratamento.
- Adote medidas de prevenção futuras: Para evitar reinfecções.
Lembre-se de que a maioria das Doenças Sexualmente Transmissíveis tem cura ou controle. Não adiar o tratamento é essencial. Mantenha o acompanhamento com seu urologista.
O papel da vacinação
A vacinação é uma ferramenta poderosa na luta contra as Doenças Sexualmente Transmissíveis. Duas vacinas são especialmente importantes:
- Vacina contra o HPV: Indicada para meninos e meninas a partir dos 9 anos, protege contra os tipos de HPV associados ao câncer.
- Vacina contra hepatite B: Oferecida gratuitamente no SUS, previne essa infecção viral que pode ser transmitida sexualmente.
Essas vacinas são seguras e eficazes. Consulte o calendário de vacinação e proteja-se.

O estigma das DST
Infelizmente, ainda existe muito preconceito em torno das Doenças Sexualmente Transmissíveis. Esse estigma impede que muitas pessoas busquem ajuda médica, aumentando o risco de complicações.
É importante lembrar que qualquer pessoa pode contrair uma DST. O mais importante é agir com responsabilidade, buscar tratamento e adotar medidas de prevenção.

Conclusão
As Doenças Sexualmente Transmissíveis são uma questão de saúde pública, mas com informação, prevenção e cuidado, é possível reduzir os riscos. Use preservativos, faça exames regularmente e converse abertamente com seu parceiro(a).
Se perceber algum sintoma, não hesite em procurar um médico urologista. Cuidar da saúde sexual é um ato de amor-próprio e respeito ao próximo.
Agora que você conhece mais sobre o assunto, compartilhe essas informações com amigos e familiares. A conscientização é a chave para uma sociedade mais saudável e informada.
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