A testosterona é um hormônio muito importante para homens e mulheres, embora seja mais conhecida por seu papel no corpo masculino. Ela influencia diversas funções, desde o desenvolvimento físico até o humor e a energia.
Nos últimos anos, o interesse pelo uso da testosterona tem crescido, mas é fundamental entender quando ela é realmente necessária e quais são os riscos envolvidos.
Este artigo foi feito para explicar de forma simples e clara tudo sobre a testosterona, suas indicações, os perigos do uso inadequado e a importância do acompanhamento médico.

Qual o médico que Realiza a Reposição de Testosterona?
O médico especialista nestes cuidados é o urologista.
O Dr. Tiago Xavier é médico formado há mais de 16 anos formado na UFMG, especialista em urologia. Atua como preceptor do Hospital Universitário Ciências Médicas há mais de 10 anos ensinando e orientando os residentes da urologia na sua formação. Realiza a reposição de testosterona há mais de 14 anos.
Dr Tiago Xavier é médico Urologista com Mestrado na área da saúde pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCM-MG). Realizou estudos sobre transplante renal e publicou o seu artigo em uma das revistas de maior relevância no mundo sobre transplante Transplant Immunology.

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O que é Testosterona e Qual sua Função?
A testosterona é o principal hormônio sexual masculino, produzido principalmente nos testículos dos homens e, em menor quantidade, nos ovários das mulheres e nas glândulas suprarrenais de ambos os sexos. Ela é responsável por características como:
- Nos homens: Desenvolvimento dos órgãos sexuais masculinos, produção de espermatozoides, crescimento de pelos (corporais e faciais), aumento da massa muscular e força, engrossamento da voz, libido (desejo sexual) e manutenção da densidade óssea.
- Nas mulheres: Contribui para a libido, energia, humor e saúde óssea, embora em níveis muito mais baixos que nos homens.
Em resumo, a testosterona é vital para o bem-estar físico e mental, tanto em homens quanto em mulheres.

Quando a Testosterona Baixa (Hipogonadismo) é um Problema?
Quando os níveis de testosterona estão abaixo do normal, essa condição é chamada de hipogonadismo. Nos homens, isso pode acontecer por diversos motivos, como envelhecimento, doenças crônicas, problemas nos testículos ou na glândula hipófise.
Os sintomas da testosterona baixa podem ser variados e impactar significativamente a qualidade de vida:
- Diminuição do desejo sexual (libido): Um dos sintomas mais comuns e perceptíveis.
- Disfunção erétil: Dificuldade em ter ou manter uma ereção.
- Cansaço e falta de energia: Sensação de fadiga constante, mesmo após descanso.
- Diminuição da massa muscular e força: Dificuldade em ganhar ou manter músculos, e perda de força física.
- Aumento da gordura corporal: Especialmente na região abdominal.
- Alterações de humor: Irritabilidade, tristeza, ansiedade e até depressão.
- Problemas de concentração e memória: Dificuldade em focar e esquecimentos frequentes.
- Diminuição dos pelos corporais: Redução da quantidade de pelos no corpo e rosto.
- Ondas de calor e suores noturnos: Semelhante aos sintomas da menopausa em mulheres.
- Diminuição da densidade óssea: Aumentando o risco de osteoporose e fraturas.
Nas mulheres, a testosterona baixa também pode causar diminuição da libido, fadiga e alterações de humor, mas o diagnóstico e tratamento são mais complexos e devem ser feitos com muita cautela.
Quando Realizar a Terapia de Reposição de Testosterona?
A Terapia de Reposição de Testosterona é indicada principalmente para homens com hipogonadismo comprovado, ou seja, que apresentam sintomas de testosterona baixa e exames de sangue que confirmam essa deficiência. O objetivo da TRT é aliviar esses sintomas, restaurar os níveis hormonais para a faixa normal e melhorar a qualidade de vida do paciente.
Os benefícios da TRT, quando bem indicada, incluem:
- Melhora da libido e função sexual: Aumento do desejo sexual e melhora da ereção.
- Aumento da energia e disposição: Redução da fadiga e melhora do bem-estar geral.
- Ganho de massa muscular e força: Ajuda a construir e manter músculos, e a aumentar a força física.
- Melhora da densidade óssea: Contribui para ossos mais fortes e diminui o risco de osteoporose.
- Melhora do humor e cognição: Redução da irritabilidade, ansiedade e melhora da concentração.
É crucial ressaltar que a TRT não é indicada para fins estéticos, como ganho de massa muscular em pessoas com níveis normais de testosterona, ou para melhora de performance esportiva. O Conselho Federal de Medicina (CFM) no Brasil proibiu a prescrição de terapias hormonais com esteroides anabolizantes para esses fins, devido à falta de comprovação científica de segurança e eficácia, e aos riscos à saúde.

Quais os Riscos e Contraindicações da Terapia de Reposição de Testosterona?
Embora a TRT possa trazer muitos benefícios quando bem indicada, seu uso inadequado ou em pessoas sem deficiência comprovada pode acarretar sérios riscos e complicações:
Riscos Comuns:
- Aumento de pelos: Crescimento excessivo de pelos no corpo.
- Acne: Surgimento ou piora de espinhas.
- Queda de cabelo: Pode acelerar a calvície em pessoas predispostas.
- Retenção de líquidos: Inchaço.
- Alterações de humor: Agressividade, irritabilidade e ansiedade.
Riscos Mais Graves:
- Problemas cardiovasculares: Aumento do risco de trombose (formação de coágulos no sangue), infarto e acidente vascular cerebral (AVC). Níveis elevados de testosterona podem alterar os níveis de colesterol e aumentar a contagem de glóbulos vermelhos, o que contribui para esses problemas.
- Aumento da próstata: Em homens, pode levar ao aumento da próstata (hiperplasia prostática benigna) e, em casos raros, aumentar o risco de câncer de próstata, especialmente se já houver uma predisposição.
- Câncer de mama: Em homens, a testosterona pode ser convertida em estrogênio, o que aumenta o risco de câncer de mama.
- Infertilidade: O uso de testosterona exógena (de fora do corpo) pode suprimir a produção natural de testosterona pelos testículos, levando à diminuição da produção de espermatozoides e infertilidade.
- Danos ao fígado: Em algumas formas de administração (especialmente testosterona oral 17-alfa-alquilada), pode causar hepatotoxicidade, inflamação e até tumores no fígado.
- Apneia obstrutiva do sono: Pode agravar ou causar apneia do sono em pessoas predispostas.
- Insuficiência cardíaca: A testosterona pode causar retenção de líquidos e hipertrofia dos cardiomiócitos, o que pode piorar a insuficiência cardíaca em pacientes com essa condição.

Contraindicações Absolutas:
- Histórico de câncer de próstata ou mama (em homens).
- Hiperplasia prostática benigna severa não tratada.
- Eritrocitose (hematócrito > 50%).
- Apneia obstrutiva do sono não tratada.
- Insuficiência cardíaca descompensada.
Quais as Formas de Administração da Testosterona?
A testosterona pode ser administrada de diversas formas, e a escolha depende da necessidade do paciente, da conveniência e do custo. As principais formas disponíveis no Brasil incluem:
- Injetável Intramuscular (IM): É a forma mais comum e acessível. As aplicações podem ser a cada 2-3 semanas (cipionato de testosterona, mistura de ésteres) ou a cada 3 meses (undecanoato de testosterona). Embora eficaz, pode causar picos e vales nos níveis hormonais.
- Gel Transdérmico: Aplicado diariamente na pele (ombros, braços, costas), oferece níveis mais estáveis de testosterona, mimetizando a produção natural do corpo. A absorção é eficiente e geralmente não causa irritação na pele.
- Oral: Existem formas orais, mas muitas delas (17-alfa-alquiladas) podem ser tóxicas para o fígado e não são recomendadas. O undecanoato de testosterona oral é uma exceção, pois é absorvido pela via linfática, evitando o fígado, mas exige múltiplas doses diárias.
- Implantes Subcutâneos: Pequenos comprimidos implantados sob a pele na região glútea, liberando testosterona por 3 a 6 meses. Mantêm níveis fisiológicos, mas exigem um procedimento médico para implantação.
- Adesivos Transdérmicos, Bucais e Nasais: Menos comuns no Brasil, oferecem liberação contínua, mas podem ter alto custo e causar irritação local.

Quais exames realizar durante a Terapia de Reposição de Testosterona?
Para garantir a segurança e eficácia da TRT, o acompanhamento médico é fundamental. O médico urologista ou endocrinologista irá monitorar regularmente os níveis de testosterona no sangue, além de outros exames importantes, como:
- Hematócrito: Para verificar o risco de eritrocitose (aumento de glóbulos vermelhos).
- PSA (Antígeno Prostático Específico): Para monitorar a saúde da próstata, especialmente em homens mais velhos.
- Densidade óssea: Para avaliar a saúde dos ossos.
- Colesterol e outros marcadores cardiovasculares: Para monitorar a saúde do coração.
O ajuste da dose e da forma de administração é feito com base nesses resultados e na resposta clínica do paciente.
O Uso de Testosterona em Mulheres Pode ser Feito?
O uso de testosterona em mulheres é um tema mais complexo e controverso. Embora a testosterona seja importante para a saúde feminina, a deficiência é menos comum e as indicações para reposição são mais restritas. Geralmente, a TRT em mulheres é considerada apenas em casos de diminuição persistente da libido que não melhora com outras abordagens, e sempre com doses muito baixas e sob rigoroso acompanhamento médico. O uso indiscriminado pode levar a efeitos colaterais como aumento de pelos, engrossamento da voz e acne.
Porque Devo Realizar o Acompanhamento Especializado com o Urologista?
Diante de tudo o que foi exposto, fica clara a importância de buscar um médico especialista (urologista ou endocrinologista) antes de considerar qualquer tipo de terapia com testosterona. A automedicação ou o uso sem indicação e acompanhamento podem trazer riscos graves e irreversíveis à saúde. Somente um urologista qualificado pode avaliar a real necessidade, indicar a melhor forma de tratamento, monitorar os níveis hormonais e prevenir complicações.
Conclusão
A testosterona é um hormônio essencial para a saúde e o bem-estar, mas seu uso como terapia de reposição deve ser feito com responsabilidade e critério. Para homens com hipogonadismo comprovado, a TRT pode trazer melhorias significativas na qualidade de vida. No entanto, é fundamental estar ciente dos riscos, especialmente quando o uso é inadequado ou sem acompanhamento com o urologista. A informação e a busca por profissionais qualificados são as melhores ferramentas para garantir um tratamento seguro e eficaz.
